Hoje em dia está em voga o
marketing de vários treinos para emagrecimento, perda de medidas, fortalecimento
muscular, e demais treinamentos que nem os nomes se sabem de tão rápidas suas
mudanças.
Esses treinamentos revelam riscos
a seus praticantes quando não há transposição do seu método para a realidade da
pessoa que pretende o praticar. O profissional deve levar em consideração as
habilidades motoras de seus alunos e sua capacidade biológica de alcançar os índices
desejáveis. Isso também vale para a área escolar.
Os sujeitos devem ser respeitados
em sua experiência e capacidade física no sentido de que os treinos ou aulas e
as cobranças por rendimento não podem ser as mesmas para todos. Isto é, nem
todos alcançam os mesmos patamares de treinamento.
Quando um aluno chega a uma
academia de musculação e seu treino é igual tanto para emagrecimento quanto para
hipertrofia muscular, há um problema. Existe uma série de protocolos de treino
para ambos objetivos, no entanto o treino deve ser personalizado sempre. Cada pessoa
se adapta melhor a certos movimentos em detrimento de outros. E suas
habilidades motoras e capacidade física em um sentido biológico contam para
isso.
Então, mesmo que não seja
possível apreender todo o ser daquele que participa de uma aula, qualquer que
seja seu assunto, o professor deve ter em mente que o sujeito em sua
individualidade deve ser respeitado. Nesse caso poderiam existir aulas para
iniciantes, um nível intermediário de treinamento, e um nível para pessoas acostumadas
ao esforço e aos movimentos que escolheu praticar.
Quando me deparo em uma aula de
um circuito qualquer que seja, vejo uma falácia sendo construída em torno da
vontade das pessoas em adaptar-se aos padrões desejados pela sociedade em
geral.
O primeiro passo para que uma
pessoa construa suas metas e sua identidade é reconhecer o seu corpo, aceitá-lo
e colocar metas alcançáveis para si de forma a preservar sua saúde.
Segundo passo é procurar uma
atividade que lhe agrade, qualquer que seja.
Terceiro passo, ter em mente que
a prática de atividade física deve antes de qualquer objetivo, lhe trazer
prazer e proporcionar benefícios para sua saúde.
Quarto passo seria não ter
pressa, os resultados virão.
Quinto passo, exigir que seu
orientador físico lhe proporcione uma experiência individualizada, isto é, leve
em consideração sua individualidade biológica antes de pensar seus
treinamentos.
Sexto passo, exigir que o
profissional de educação física seja capacitado para orientar atividades
físicas, em qualquer ambiente.
Sétimo passo, ser disciplinado
para participar das atividades, desde que isso represente uma situação
prazerosa para si.
Oitavo passo, entender que se seu
objetivo é perder medidas, a maior contribuição que se possa fazer é a
reeducação alimentar aliada às atividades que pratica. Sua balança energética
deve ser modificada negativamente. No entanto, isso não pode afetar sua saúde. Não
se arrisque.
Nono passo, não siga os padrões
exigidos pela sociedade em geral. Esses níveis de treinamento muitas vezes são
muito difíceis de alcançar sem afetar a saúde e muito mais difíceis de manter. A
mídia, os sistemas sociais, políticos, econômicos, exigem padrões corpóreos que
são inacessíveis a grande parte da população sem que sua saúde seja afetada. Não
os siga, reconheça seu corpo e busque a melhora de sua saúde e de seu
condicionamento físico. Seus objetivos serão alcançados.
Décimo passo observe seus
resultados. Uma atividade qualquer que seja necessita de um feedback. O orientador
deve aferir de tempos em tempos os resultados de seus alunos para saber se
estão desenvolvendo suas capacidades e se suas aulas estão obtendo os
resultados desejados. Nesse momento a escolha de um profissional é essencial para
que haja uma orientação consciente e fundamentada nos preceitos científicos e
pedagógicos das aulas.
Por fim, a Educação Física não
pode viver de marketing. Essa cultura de corpo perfeito é inalcançável. As pessoas
em geral, num mundo em que o trabalho mina suas forças no dia a dia, em que o
estresse das relações sociais nos impõe problemas que muitas vezes não são possíveis
de resolver e não são nada prazerosos, o desgaste físico dos deslocamentos, a
má alimentação, etc. Então a atividade física vem para auxiliar a pessoa a
manter sua saúde, sua qualidade de vida, seu prazer em movimentar-se. Porque o
ser humano é movimento, ele necessita de se movimentar, seus corpos não
conseguem ficar parados. Movimente-se!
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