segunda-feira, 7 de abril de 2014

INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA E TREINAMENTOS PERSONALIZADOS

Hoje em dia está em voga o marketing de vários treinos para emagrecimento, perda de medidas, fortalecimento muscular, e demais treinamentos que nem os nomes se sabem de tão rápidas suas mudanças.
Esses treinamentos revelam riscos a seus praticantes quando não há transposição do seu método para a realidade da pessoa que pretende o praticar. O profissional deve levar em consideração as habilidades motoras de seus alunos e sua capacidade biológica de alcançar os índices desejáveis. Isso também vale para a área escolar.
Os sujeitos devem ser respeitados em sua experiência e capacidade física no sentido de que os treinos ou aulas e as cobranças por rendimento não podem ser as mesmas para todos. Isto é, nem todos alcançam os mesmos patamares de treinamento.
Quando um aluno chega a uma academia de musculação e seu treino é igual tanto para emagrecimento quanto para hipertrofia muscular, há um problema. Existe uma série de protocolos de treino para ambos objetivos, no entanto o treino deve ser personalizado sempre. Cada pessoa se adapta melhor a certos movimentos em detrimento de outros. E suas habilidades motoras e capacidade física em um sentido biológico contam para isso.
Então, mesmo que não seja possível apreender todo o ser daquele que participa de uma aula, qualquer que seja seu assunto, o professor deve ter em mente que o sujeito em sua individualidade deve ser respeitado. Nesse caso poderiam existir aulas para iniciantes, um nível intermediário de treinamento, e um nível para pessoas acostumadas ao esforço e aos movimentos que escolheu praticar.
Quando me deparo em uma aula de um circuito qualquer que seja, vejo uma falácia sendo construída em torno da vontade das pessoas em adaptar-se aos padrões desejados pela sociedade em geral.
O primeiro passo para que uma pessoa construa suas metas e sua identidade é reconhecer o seu corpo, aceitá-lo e colocar metas alcançáveis para si de forma a preservar sua saúde.
Segundo passo é procurar uma atividade que lhe agrade, qualquer que seja.
Terceiro passo, ter em mente que a prática de atividade física deve antes de qualquer objetivo, lhe trazer prazer e proporcionar benefícios para sua saúde.
Quarto passo seria não ter pressa, os resultados virão.
Quinto passo, exigir que seu orientador físico lhe proporcione uma experiência individualizada, isto é, leve em consideração sua individualidade biológica antes de pensar seus treinamentos.
Sexto passo, exigir que o profissional de educação física seja capacitado para orientar atividades físicas, em qualquer ambiente.
Sétimo passo, ser disciplinado para participar das atividades, desde que isso represente uma situação prazerosa para si.
Oitavo passo, entender que se seu objetivo é perder medidas, a maior contribuição que se possa fazer é a reeducação alimentar aliada às atividades que pratica. Sua balança energética deve ser modificada negativamente. No entanto, isso não pode afetar sua saúde. Não se arrisque.
Nono passo, não siga os padrões exigidos pela sociedade em geral. Esses níveis de treinamento muitas vezes são muito difíceis de alcançar sem afetar a saúde e muito mais difíceis de manter. A mídia, os sistemas sociais, políticos, econômicos, exigem padrões corpóreos que são inacessíveis a grande parte da população sem que sua saúde seja afetada. Não os siga, reconheça seu corpo e busque a melhora de sua saúde e de seu condicionamento físico. Seus objetivos serão alcançados.
Décimo passo observe seus resultados. Uma atividade qualquer que seja necessita de um feedback. O orientador deve aferir de tempos em tempos os resultados de seus alunos para saber se estão desenvolvendo suas capacidades e se suas aulas estão obtendo os resultados desejados. Nesse momento a escolha de um profissional é essencial para que haja uma orientação consciente e fundamentada nos preceitos científicos e pedagógicos das aulas.
Por fim, a Educação Física não pode viver de marketing. Essa cultura de corpo perfeito é inalcançável. As pessoas em geral, num mundo em que o trabalho mina suas forças no dia a dia, em que o estresse das relações sociais nos impõe problemas que muitas vezes não são possíveis de resolver e não são nada prazerosos, o desgaste físico dos deslocamentos, a má alimentação, etc. Então a atividade física vem para auxiliar a pessoa a manter sua saúde, sua qualidade de vida, seu prazer em movimentar-se. Porque o ser humano é movimento, ele necessita de se movimentar, seus corpos não conseguem ficar parados. Movimente-se!

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